A Transformação digital da força de trabalho

Como coach executivo, sou um profissional qualificado que trabalha com indivíduos (na maioria executivos e profissionais de alto potencial) para ajudá-los a desenvolver autoconsciência,  esclarecer metas, alcançar seus objetivos, desbloquear seu potencial e agir como  caixa de ressonância.  Durante as sessões, a escuta ativa expõe minha consciência a uma enorme variedade de assuntos, um em particular desperta a minha atenção: o desafio que os líderes  enfrentam com a ‘Transformação digital da força de trabalho” , este tema me leva escrever este artigo sobre as mudanças na força de trabalho a sociedade está experimentando atualmente.


Um dos motivos pelos quais este tópico é sensível para mim é que me conduz ao início da minha vida profissional nos anos 90. Eu comecei a programar quando era muito jovem, produzi meu primeiro programa de computador comercial usando as linguagens Basic, Dbase e Clipper quando tinha apenas 16 anos de idade. Após alguns anos,  era o provedor de automação nas mais diversas area: folha de pagamento, contabilidade, relatórios escolares (boletim), controle de crédito,  Associação Comercial  (SPC/SERASA) e assim segue uma longa lista… . Meu portfolio de clientes contava com 60% das empresas da cidade de São Sebastião do Paraiso enquanto ainda concluía o ensino medio. Programação era uma habilidade  natural; eu passava noites acordado lendo livros e revistas  de informática, engajado em desafios de lógica, testes e procuras por erros nos programas, contando com uma velocidade de processamento e armazenamento de dados limitados.


Vivemos hoje em um estado de transformação revolucionária à medida que as empresas começam a  aplicar inteligência artificial (IA)  em grande escala. Com a automação inteligente habilitada pela IA, muitas profissões deixaram e deixarão de existir  e novos empregos nascerão em um ritmo acelerado.  A digitalização afeta os processos dos negócios e a cultura de trabalho.  Para prosperar na revolução tecnológica, as  empresas precisam garantir que seus funcionários estejam prontos para enfrentar os novos desafios e oportunidades.  No entanto, de acordo com o relatório da KPMG 2018 Global CEO Outlook, os CEOs  não estão investindo em especialistas que possibilitem mudanças na cultura do ambiente de trabalho, principalmente em especialistas em aprendizagem  e desenvolvimento1.
Quando as lacunas de habilidades são ignoradas  ou quando a liderança perpetua programas de treinamento antiquados, a única maneira de preencher essas lacunas nas habilidades profissionais é despedindo e recontratando grande segmento da força de trabalho. Isso não é economicamente nem socialmente sustentável, programas de reciclagem são necessários para ajudar as empresas a adotarem novas tecnologias. Escrevi este artigo para fornecer insights sobre os benefícios do retreinamento e requalificação  proativa, e para ajudar a entender melhor o financeiro por trás do aprendizado. Esta analise lhe dará ideias de como habilitar programas de aprendizagem sustentáveis tanto social quanto economicamente.Espero que este artigo levante algumas questões:

Como sua empresa se beneficiaria de um aprendizado melhor?

Como você poderia fazer melhores investimentos em desenvolvimento?

Você poderia retreinar seus funcionários com habilidades diferentes?

A  QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Vivemos na era da quarta revolução industrial. Em contraste com as revoluções anteriores, esta é impulsionada pela adoção de novas tecnologias em uma taxa exponencial. Analytics, inteligência artificial IA, tecnologias cognitivas e a internet das coisas (internet of things IoT) permitem uma nova fusão entre os mundos digital e físico, criando uma empresa digital mais holística e interconectada. Os dados são coletados em sistemas físicos, processados e, em seguida, analisados para conduzir ações inteligentes. Esses ciclos de feedback geram oportunidades para novos produtos e serviços, criam novos empregos e nos permitem fazer mudanças na forma como operamos nossos negócios. A mudança é global, e não apenas tecnológica, mas também social e econômica. (Deltoitte, 2018)2.
Muitas empresas enfrentam desafios em implementar soluções baseadas em IA. As soluções de inteligência artificial são tao poderosas que transformam  todos os setores. A IA aumenta tanto a produtividade quanto a qualidade dos serviços que as empresas são forçadas a adotar IA para se se manterem competitivas.  Os aplicativos de automação inteligente definem novos padrões de qualidade, eficiência e funcionalidade. As empresas que implementaram com sucesso a automação inteligente podem superar os concorrentes que ainda não empregam esta tecnologia.  Se as empresas tirarem proveito da automação inteligente, o impacto geral sobre os negócios poderá rivalizar como a onda de planejamento de recursos empresariais adotada na década de 90 3Enterprise resource planning (ERP)


Atualmente, a IA está sendo implementada para automatizar tarefas administrativas de rotina. Já podemos ver vastas implicações da IA no setor bancário, onde milhares de pessoas estão sendo demitidas.  Em qualquer campo, centenas de milhares enfrentarão o mesmo destino em um futuro próximo.  A IA está impactando uma infinidade de setores: como seguros, organizações públicas administrativas, manufatura complexa e serviços profissionais e, como resultado desse impacto transformacional, também podemos esperar mudanças a nível social. O Instituto Global McKinsey estima que 14% da força de trabalho global precisará mudar de categoria ocupacional até 2030, devido a transformação no mercado de trabalho (McKinsey, 2018)4.  Atualmente 50% das atividades de trabalho são tecnicamente automatizadas pela adaptação de tecnologias disponíveis. Em sua 20a pesquisa com CEOs, a PwC  descobriu que 77% dos CEOs entrevistados veem a disponibilidade de habilidades essenciais como a maior ameaça aos seus negócios7. Mesmo com o surgimento de robôs  e IA, a força de trabalho humano permanece essencial para o sucesso dos negócios. É importante considerar o impacto que a digitalização, automação e IA terão, não apenas nas tarefas do dia a dia, mas na cultura de trabalho como um todo.


A revolução no mercado de trabalho
A pressão para transformação na sociedade é causada por dois fatores: longevidade e o ritmo acelerado de mudanças em nosso meio ambiente.  Essas predominantes megatendências  são ilustradas na figura abaixo por McGowan&Shipley. Já se foi o tempo que a educação formal era a única educação necessária para o sucesso. Agora e no futuro, a maior parte do aprendizado ocorrerá nas organizações e nos ecossistemas que as cercam.  McGowan afirma que atualmente todas as empresas de sucesso investiram em L&D treinamento e desenvolvimento8, incluindo por exemplo: Apple, Amazon e Facebook. A aprendizagem ao longo da vida não é mais uma opção, é uma necessidade.  A transformação ilustrada na Figura1 atingirá muitos setores.  Os primeiros a serem impactados são aqueles que possuem ambientes previsíveis, como operação de máquinas ou preparação de fast food. As maquinas podem trabalhar com mais eficiência que os humanos, coletando e processando dados5.  Programas e formas ainda mais sofisticadas de implementações baseadas em IA, como automação inteligente, inevitavelmente alterarão muitos empregos administrativos no setor público, bancos e finanças, manufatura avançada e serviços especializados.

Em uma entrevista recente,  Reijo Karhinen, CEO do OP Financial Group, expressou sua visão sobre o futuro. Com base em sua vida de experiencia no setor bancário finlandês, ele previu que 1/4 dos empregos no setor bancário desaparecerão nos próximo anos.9 McKinsey Global Institute estima que entre 400 milhões e 800 milhões de pessoas poderão ser afetadas pela automação e precisarāo encontrar novos empregos até 2030.5

Conheça seus novos colegas de trabalho
Os funcionários que manterem seus empregos enfrentarão um novo mundo de trabalho lado a lado com robôs e IA. Além de veículos autônomos, sistemas de ponto de venda e de autoatendimento e robôs de manufatura totalmente automatizados,  a IA  está se infiltrando em empregos que normalmente exigem inteligência humana.  Segue alguns exemplos:

Inteligência Artificial

As aplicações da IA hoje,  são feitas para ajudar os humanos a pensar melhor10. As soluções da IA são capazes de realizar tarefas que normalmente requerem inteligência humana, coo percepção visual, reconhecimento de fala, tomada de decisões e tradução entre idiomas11.


Automação Inteligente

A automação inteligente é uma combinação da IA e automação. Os sistemas de automação inteligente detectam e sintetizam grandes quantidades de informações e podem automatizar processos ou inteiro fluxo de trabalho, aprendendo e adaptando-se à medida que avançam3.


Robôs de automação de processos

Robotic Process Automation (RPA),  o primeiro estágio da automação inteligente é uma forma de automatizar os processos repetitivos e frequentemente baseados em regras. Os robôs RPA realizam o processamento de transações exatamente como sua contraparte  humana e podem trabalhar em vários processos e múltiplas funções.12

Assistentes Pessoais

Assistentes pessoais com tecnologia de IA se misturam a outras tecnologias, tornando possível pesquisar informações facilmente e automatizar tarefas de rotina, como a agendamentos. Siri da Apple, Cortana da Microsoft e Google Assistant já são assistentes pessoais bem conhecidos.


Bots de atendimento ao cliente

No atendimento ao cliente, os chatbots são usados para responder a perguntas em uma interface de chat de forma amigável e familiar. Um chatbot pode ser treinado para entender e responder a um conjunto predefinido de perguntas frequentes. Como alternativa, se um bot nāo puder atender à solicitação do cliente, ele pode encaminhar a pergunta para uma pessoa real.


Assistentes de aprendizagem digital

Os chatbots podem ser muito eficientes em imitar a interação humana. Isso foi comprovado por um professor da Georgia Tech  que usou chatbot para responder às perguntas dos alunos ao longo do semestre 13. Um chatbot, também conhecido como assistente de aprendizagem digital,  pode ser usado em ambientes corporativos para ajudar os funcionários a aprender em seu próprio ritmo, a qualquer hora,  e também tem o poder de tornar a experiência de aprendizagem altamente personalizada.


Nem todos os trabalhos podem ser automatizados. Os empregos envolvidos na gestão de pessoas, aplicação de experiência ou criatividade e interações sociais permanecerão em mãos humanas5. A demanda por talentos com habilidades certas esta em alta.  Quase sempre “os CEOs desejam encontrar unicórnios; os funcionários plenamente formados com as competências que a organização necessita não só hoje, mas para o que o futuro pode trazer”7. Mas como a tecnologia continua mudando o ambiente de trabalho, a definição de “funcionário perfeito” continuará mudando também.

As habilidades mais procuradas

As habilidades pessoais estão se tornando mais valiosas tanto para o funcionário quanto para o empregador, à medida que os CEOs veem o valor de unir tecnologia com capacidades exclusivamente humanas7. O perfil do funcionário moderno deve possuir boas habilidades sociais e emocionais, tornando-os bons comunicadores5

O conjunto de habilidades mais requisitadas inclui adaptabilidade, resolução de problemas, raciocínio lógico, criatividade e liderança7.  Os funcionários mais desejáveis são os estudantes – aqueles com curiosidade e capacidades de inovar.

Adaptabilidade – Solução de problemas – Criatividade/inovação – Liderança


Cultive a criatividade e a destreza digital da força de trabalho. As contribuições dos colaboradores devem se concentrar no desenvolvimento de novas ideias e a revisão dos fluxos de trabalho para explorar os avanços tecnológicos mais recentes. 14”  Gartner, Future of Work Scenarios 2035.

O desafio bilateral

No gráfico acima, McGowan ilustra como, no futuro,  funcionários mais qualificados serão necessários para concluir tarefas complexas lado a lado com soluções de Inteligência Artificial.  Por outro lado, as tarefas de trabalho rotineiras e previsíveis podem ser substituídas pela automação e os trabalhos que não podem ser automatizados são divididos em tarefas menores (atomização)  e destinados  aqueles que estão dispostos a concluir uma tarefa por um custo menor15.

As empresas digitais estão enfrentando desafios nos dois lados:  são forçadas pelos concorrentes a automatizar seus processos e, ainda sim, precisam manter sua reputação de empregador responsável e respeitado para atrair e reter talentos7.  A conclusão do documento de trabalho do FMI  refere: “A automação é boa para o crescimento e ruim para a igualdade”16. Como as empresas podem encontrar o equilíbrio entre permanecer competitivas por meio da automação e ser socialmente responsável? Parece que, embora a sociedade esteja usando a tecnologia mais do que nunca, as empresas devem se tornar mais humanas do que nunca.


A história nos mostra que, com as novas tecnologias, surgem novos empregos5. À media que novas tecnologias surgem, novos empregos nascem.  O Dr. Ashkan Fardost nos lembra que essa revolução industrial,  também conhecida como industrial 4.0, não é nada de novo;  já tivemos no passado inúmeras situações onde máquinas substituiram a mão de obra humana. As tecnologias emergentes sempre levam ao aumento na cadeia de valor que resultou em novas demandas em termos de habilidades e intelecto nas pessoas.17 As empresas terāo que encontrar a combinação certa entre ativos digitais e habilidades humanas para aproveitar as vantagens da AI18. É necessária toda uma nova geração de especialistas em tecnologia. Mas quem vai treinà-los?


Os especialistas em automação inteligente estão atualmente em alta demanda, e a lacuna no mercado de trabalho deve aumentar nos próximos dez anos. Os salários para cientistas de dados, especialistas em aprendizado de máquinas e especialistas em automação inteligente já estão crescendo rapidamente. Há um custo fixo associado à contratação e demissão, e isso cria uma razão econômica para requalificar parte da força de trabalho. 
As habilidades que as empresas exigem da sua força de trabalho já estão mudando. À medida que a velocidade de mudança aumenta, as empresas continuarão a lutar para identificar lacunas de habilidades e como as funções de trabalho devem evoluir posteriormente.6


A captação de conhecimento e gerenciamento eficaz são cruciais nos empreendimentos digitais. Como estar ciente dos talentos que existem na empresa e quais os conjuntos de habilidades a empresa exigirá nos próximos cinco a dez anos?

Como é possível mapear e prever o futuro do atual pool de talentos e processos?

Como treinar os funcionários existentes para dominar as habilidades necessárias ou contratar uma nova geração?

Uma estratégia de  Aprendizagem Sustentável

O sonho de encontrar os unicórnios, os profissionais totalmente formados e prontos para assumir qualquer tarefa de trabalho sempre existirá. Mas mesmo as habilidades do unicórnio ficarão desatualizadas.   É impossível saber que tipo de novos cargos teremos em alguns anos. Ou, como diz o Gartner: “Quase 80% dos negócios e executivos de TI esperam que as habilidades e o conhecimento em 10 anos tenham pouca semelhança com os que suas organizações possuem hoje.”21 Para se manterem competitivas, as corporações devem agir. É aqui que a gestão do desempenho empresarial e o desenvolvimento dos funcionários se fundem.

De acordo como o relatório do Fórum Econômico Mundial: “Uma vez que conhecemos os requisitos de conhecimento e habilidades de trabalho, podemos presumir que os funcionários que estão transitando entre trabalhos  serão capazes de trazer essas capacidades para quaisquer novas funções”22. Mesmo que as funções de trabalho mudem, as habilidades devem ser transformadas para servir a novas posições.  Os funcionários existentes sempre possuem conhecimento sobre a empresa e o contexto do trabalho, que foi sendo construído ao longo do tempo. Esse conhecimento oferece uma base sólida para programas de reciclagem e desenvolvimento bem-sucedido.

Os melhores funcionários são desenvolvidos, e  não encontrados.

A solução para encontrar (e manter) as habilidades certas é desenvolvê-las  a partir do talento interno existente. Em um artigo recente sobre funções de TI e perfis de talento, o Gartner recomenda que o CEO “elabore um plano estratégico para tomar medidas ousadas para obter e desenvolver talentos”.21 O Fórum Econômico Mundial enfatiza que é crucial que as empresas apoiem sua força de trabalho por meio de treinamento23.


Construir uma Estratégia de Aprendizagem

Desenvolver uma academia corporativa e uma estratégia de aprendizagem bem-sucedida começa com a compreensão dos objetivos dos negócios e as habilidades necessárias para alcançá-las. Uma forte estratégia de aprendizagem e treinamento garantirá que as habilidades dos funcionários sejam mantidas atualizadas enquanto os empregos continuam a evoluir com a tecnologia.


Quais são a novas habilidades necessárias?

Quais são as novas funções de trabalhos que precisam ser criadas?

Quais são as funções de trabalho antigas que nāo são mais necessárias?

Quando as novas habilidades são adquiridas, como podem ser aplicadas a futuras funções de trabalho?


A próxima etapa é mapear as habilidades e conhecimentos existentes na empresa. Depois que as habilidades são registradas, as lacunas de habilidades podem ser encontradas e os objetivos de aprendizagem pessoais definidos. Conhecer as habilidades de seus funcionários ao longo do processo ajudará a decidir quais novas habilidades podem ser treinadas e quais devem ser adquiridas por meio de contratação. O McKinsey Global Institute relata que uma abordagem tradicional de treinamento e retreinamento muitas vezes enfatiza demais na teoria, quando na verdade a habilidades práticas deveriam ser o foco.6Ao construir a estratégia de aprendizagem,  é importante ter em mente como a aprendizagem deve realmente acontecer. A aprendizagem deve ser social, digital, prática, formal ou informal? É importante oferecer desafios teóricos ou práticos? De acordo com o modelo de aprendizagem 70:20:10 deveria ser tudo isso, mas na proporção certa24. Aprendizagem de ser até 90% informal,  aprender fazendo ou aprendendo com os colegas de trabalho:


Se a academia corporativa for construída corretamente, o aprendizado será integrado ao fluxo de trabalho do dia a dia. Usa uma solução de aprendizagem digital sofisticada torna o aprendizado de novas habilidades mais relevante para as tarefas reais de trabalho,  e os materiais de aprendizagem estão disponíveis quando são mais necessários, para apoiar as atribuições de trabalho. Uma vez construída, a nova estratégia de aprendizagem deve ser testada para testar novas práticas e permitir o uso de modelos preditivos.  A análise preditiva possibilitará a criação de material didático de alta qualidade, pois auxilia na previsão do que vai acontecer no reconhecimento de gargalos nos processos e áreas de melhoria do conteúdo.


Investir em conteúdo de aprendizagem

Uma ótima estratégia de aprendizagem e uma solução de aprendizagem tecnológica sólida são inúteis sem um material de aprendizagem cuidadosamente produzido. Diferentes tipos de tópicos e objetivos requerem diferentes tipos de materiais. O tipo certo de conteúdo é otimizado para o propósito, personalizado para as necessidades individuais e atende aos objetivos da empresa. A solução de aprendizagem em uso deve se dobrar para atender aos requisitos de conteúdo e estratégia.
Ao projetar o conteúdo de aprendizagem, devemos nos perguntar estas quatro perguntas:


O que precisa ser aprendido?

Quem precisa aprender?

Como os materiais de aprendizagem devem ser construídos e entregues?

Como medimos o impacto do aprendizado em nosso negócio?


Quando os objetivos de aprendizagem são claros,  torna-se muito fácil não apenas monitorar e revisar atividades e comportamentos de aprendizagem, mas também vincular as atividades de aprendizagem aos resultados de negócios.  Depois que os materiais de aprendizagem são produzidos, eles precisam ser constantemente revisados. Ajustar os materiais com a ajuda de análises de aprendizagem torna possível aumentar o valor de produção do programa de aprendizagem, levando a maior retenção e menos tempo de competência.


Escolha as ferramentas certas

O mercado de desenvolvimento de aprendizagem oferece uma variedade de soluções de aprendizagem diferentes. Soluções prontas para uso prometem sucesso rápido e plataformas de experiência de aprendizagem altamente personalizáveis (LXP) prometem resultados precisos. Uma academia corporativa pode ser construída em ambos. Porém, segundo a Deloitte, esta última oferece mais ferramentas de personalização, curadoria, pesquisa e análise de conteúdo28.Uma academia corporativa moderna aproveita os poderes da Inteligência Artificial e da Automação Inteligente, e molda essas tecnologias em um sistema que suporta perfeitamente o desenvolvimento da força de trabalho. Como uma plataforma de experiência de aprendizagem também vêm recursos de integração, permitindo o acesso a várias tecnologias por meio de um único ponto de contato28.


Conclusões

Comece a estratégia de aprendizagem com uma análise financeira. As empresas precisam estar cientes das possibilidades que o aprendizado pode trazer para elas. Investimentos ideais em T&D podem gerar economias enormes, especialmente quando a alternativa é contratar e demitir.

Saiba o que os funcionários são capazes. Que habilidades e conhecimentos a organização possui? Quando se tem uma ideia melhor de quais habilidades os funcionários possuem coletivamente, é muito mais fácil identificar áreas de melhoria e fornecer o treinamento adequado.

Um bom programa de treinamento é um investimento para o futuro – melhor será a experiência do cliente e  a escalabilidade. O treinamento digital é escalonável e, quando bem feito, os mesmos materiais podem ser usados para treinar milhares de pessoas.

Analytics ajudam a tomar decisões melhores com resultados previsíveis.  Acompanhando todos os dados de aprendizagem disponíveis e aproveitando a análise preditiva, é possível começar a entender como o aprendizado afeta os negócios e prever as necessidades de treinamentos futuros. A IA e a automação inteligente não apenas se tornaram parta das tarefas de trabalho para muitos, mas também são usadas para apoiar o aprendizado corporativo. 

É fundamental encontrar as ferramentas certas para medir o impacto de aprendizagem e oferecer a aprendizagem de forma oportuna e personalizada. Investir em uma plataforma de aprendizado que oferece suporte a tecnologias inteligentes ajudará a criar o programa de aprendizado mais eficiente para os funcionários.

Fontes:

1 – Growing pains – 2018 Global CEO Outlook. KPMG.  http://bit.ly/kpmg-growing-pains

2 – Renjen, Punit. The Industry 4.0 manufacturing revolution. Deloitte Insights.  http://bit.ly/deloitte-insights-1

3 – Schatsky, David; Mahidhar, Vikram. Intelligent automation: A new era of innovation. Deloitte Insights. http://bit.ly/deloitte-insights-2

4 – Kauppalehti. “Nordeassa tuhat tehtävää siirtyy roboteille yksin tänä vuonna …”  http://bit.ly/kauppalehti-nordea

5 – Manyika,James; Lund, Susan; Chui, Michael; Bughin, Jacques; Woetzel, Jonathan; Batra, Parul; Ko, Ryan; Sanghvi, Saurabh. Jobs lost, jobs gained: What the future of work will mean for jobs, skills, and wages. McKinsley Global Institute.  http://bit.ly/mck-future-of-jobs 

6Illanes, Pablo; Lund, Susan; Mourshed, Mona; Rutherford, Scott; Tyreman, Magnus. Retraining and reskilling workers in the age of automation. McKinsey Global Institute. https://mck.co/2BBJNgm

7 –  CEO Survey Global Talent. PwC.  http://bit.ly/pwc-ceo-survey

8  Heather McGowan. OEB Berlin: Learning Uncertainty. YouTube. http://bit.ly/heather-mcgowan-1

9  Helsingin Sanomat. OP-ryhmästä häviää tuhansia työtehtäviä jo lähivuosina, varoittaa eläkkeelle jäävä pääjohtaja Reijo Karhinen HS:n haastattelussa. http://bit.ly/hs-op 

10  Guszcza, Jim. Smarter together: Why artificial intelligence needs human, Deloitte. http://bit.ly/deloitte-insights-311  Oxford Dictionaries. https://en.oxforddictionaries.com

12  Deloitte: The robots are here – Meet your digital workforce. http://bit.ly/deloitte-rpa

13  McFarland, Matt. What happened when a professor built a chatbot to be his teaching assistant. The Washington Post.  http://bit.ly/wapo-teaching-assistant

14  Gartner: Future of Work Scenarios 2035: ‘I’d Rather Have a Bot Do It’. https://gtnr.it/2OSt622

15  McGowan, Heather; Shipley, Chris. Debate Prep: When Trump Says “Jobs” Think Algorithms, Not Immigrants. Medium. http://bit.ly/-medium-heather-mcgowan 

16  Berg, Andrew; Buffie, Edward F; Zanna, Luis-Felipe. Should We Fear the Robot Revolution? (The Correct Answer is Yes). International Monetary Fund. http://bit.ly/imf-robot-revolution 

17  Fardost, Ashkan. The most valuable lesson on digitalization according to Dr. Ashkan Fardost. Valamis. http://bit.ly/valamis-ashkan-fardost 

18  Bughin, Jacques; Hazan, Eric; Ramaswamy, Sree; Chui, Michael; Allas, Tera; Dahlström, Peter; Henke, Nicolaus; Trench, Monica. How artificial intelligence can deliver real value to companies. McKinsey Global Institute. https://mck.co/2BveKTB

19  Rittenberg, Libby; Tregarthen, Tim. Principles of Microeconomics. MIT Open Coursware. http://bit.ly/mit-microeconomics-1

20  IBM. Predictive Analytics. http://bit.ly/ibm-predictive-analytics

21  Gartner: CIOs Must Evolve IT Roles and Talent Profiles to Adopt and Scale Bimodal. https://gtnr.it/2Pog5hU 

22  World Economic Forum. Towards a Reskilling Revolution – A Future of Jobs for All. http://bit.ly/world-economic-forum-1 

23  World Economic Forum. The Future of Jobs. http://bit.ly/world-economic-forum-2

24  Center for Creative Leadership. The 70-20-10 Rule for Leadership Development. http://bit.ly/ccl-70-20-10

25  Gartner: Market Guide for Corporate Learning Suites. https://gtnr.it/2N8a7jx

26  Valamis Listed as a Representative Vendor in Gartner’s 2018 Market Guide for Corporate Learning. Valamis.  http://bit.ly/valamis-gartner-market-guide 

27  Valamis Shortlisted in Deloitte’s Learning Experience Platform Market Overview. Valamis. http://bit.ly/valamis-deloitte-shortlist 

28  Clarey, Janet. Learning Experience Platforms: Solution Provider Capabilities. Deloitte Development LLC.

29  Machine Learning Engineer Salaries in the United States. Ineed.com https://indeedhi.re/2Qnvek0

Para Melhorar Sua Equipe, primeiro desenvolva a sua inteligencia emocional.

Recentemente, eu estava reunindo com um CEO e a sua equipe de liderança, observando-os enquanto discutiam como melhorar seu processo de planejamento anual. Enquanto a equipe explorava seu processo atual, a conversa esquentou. A equipe estava conversando há 45 minutos, mas não estava claro quem estava liderando a discussão ou quais eram seus objetivos. Muitos comentários estavam  fora do tópico e não se aproximavam  das respostas. Pausei a reunião e fiz a seguinte pergunta: como vocês estão reagindo a essa conversa e o que em vocês está causando a sua reação? Fui recebidos com olhares em branco. Eles pediram para repetir a pergunta, aparentemente surpresos por ter pedido a eles que se responsabilizassem por suas reações. Certamente, tinha a intenção de perguntar a eles o que todo mundo estava fazendo de errado na conversa, certo? Líderes e colegas de equipe geralmente  dizem que sua equipe é “disfuncional” e pedem para ajudar a identificar e corrigir o problema. Quando aprofundamos e peço que descrevam o que estão observando em detalhes, normalmente ouço que certos membros da equipe são problemáticos e precisam mudar seu comportamento. Também ouço declarações vagas sobre “eles” (todos os outros) não saberem como operar com eficiência. Como profissional experiente no desenvolvimento de equipes, sei que essas não são avaliações precisas ou úteis na situação. As equipes são sistemas complexos de indivíduos com diferentes preferências, habilidades, experiências, perspectivas e hábitos. As chances de melhorar esse sistema complexo de maneira significativa e sustentável são maiores se todos os membros da equipe – incluindo o líder – aprenderem a dominar essas três capacidades fundamentais: a autoconsciência interna, autoconsciência externa e responsabilidade pessoal.

Autoconsciência interna. Uma vez em uma sessão de coaching perguntei a um executivo como ele estava sentindo em uma situação desafiadora. Ele respondeu: “Você quer dizer minhas emoções? Sou engenheiro e não penso em emoções. ” Ele então mudou de assunto. Esse executivo não possuía conhecimento da autoconsciência interna. A autoconsciência interna envolve a compreensão de seus sentimentos, crenças e valores – sua narrativa interna. Quando não nos entendemos, é mais provável que sucumbamos ao erro de atribuição fundamental de acreditar que os comportamentos dos outros são o resultado de intenção ou caráter negativo (“ele estava atrasado porque não se importa com o compromisso”) e acreditar que nossos comportamentos são causados pelas circunstâncias (“eu estava atrasado por causa do tráfego”). Os colegas de equipe com baixa autoconsciência interna normalmente vêem suas crenças e valores como “a verdade”, em oposição ao que é verdadeiro para eles com base em seus sentimentos e experiências passadas. Eles podem deixar de reconhecer que outros podem ter perspectivas igualmente válidas. Vejamos outro exemplo: Manuel, um líder com  baixa consciência interna e sua colega Tara. Em uma reunião de planejamento de produtos, Tara, uma profissional com perfil visionário, disse: “Precisamos pensar nesse plano no contexto da nossa estratégia mais ampla.” Manuel, um líder focado na execução, tem uma reação inconsciente de raiva e frustração. Ele prefere se concentrar no plano detalhado e na execução. Mas, em vez de reconhecer seu estilo de pensamento diferente como a causa de seu desconforto e a raiz de sua crença de que a estratégia não é importante, ele confidencia  em particular que Tara não entende a situação, é irritante e não é a pessoa certa para este projeto. Mais tarde, ele diz a outro colega que ela deve ser retirada da equipe. Isso é uma perda para todos. Tara é incompreendida, desvalorizada e possivelmente dispensada. Manuel não amplia sua perspectiva ou aprende a operar com pessoas que pensam de maneira diferente do que ele. A boa notícia é que a autoconsciência interna pode ser aprendida. Para começar, você – como líder ou colega de equipe – pode pausar, refletir e considerar suas respostas a essas perguntas quando se encontrar em cenários desafiadores ou com alta carga emocional.

  • Que emoções estou experimentando?
  • O que estou assumindo sobre a outra pessoa ou a situação?
  • Quais são os fatos vs. minhas interpretações?
  • Quais são meus valores fundamentais e como eles podem impactar minhas reações?

Se você reservar um tempo para considerar suas respostas e resistir ao impulso de se apressar para obter uma resposta, poderá aprender muito sobre si mesmo. Como William Deresiewicz, autor de Solidão e Liderança, disse em um discurso em West Point, “O primeiro pensamento nunca é o melhor pensamento”.

Autoconsciência externa. A autoconsciência externa envolve entender como nossas palavras e ações afetam os outros. A maioria dos líderes e colegas de equipe não tem ideia de como seus comportamentos afetam seus colegas. Como resultado, é difícil para eles reconhecerem e aproveitarem os pontos fortes que os tornam companheiros de equipe produtivas, além de identificar e corrigir comportamentos que impactam negativamente a equipe. Sem esse conhecimento, eles não podem melhorar. Uma maneira de começar a desenvolver  autoconsciência externa é observar as reações dos outros durante as discussões. Alguém levantou a voz? Parou de falar? Gestos? Levantou-se da mesa? Sorriu? Você pode coletar algumas informações valiosas dessa maneira. Você também deve estar atento ao fato de que chegará a algumas conclusões imprecisas. Nessas situações, lembre-se de que você está interpretando por que os colegas reagem da maneira que eles reagem, e essas interpretações serão influenciadas por suas crenças e experiências pessoais. Prestar atenção à sua autoconsciência interna e considerar como você chegou às suas conclusões iniciais ajudará muito. Uma abordagem mais direta é solicitar aos colegas de equipe um feedback específico e direto:

  • O que estou fazendo nas reuniões de equipe que é útil?
  • O que estou fazendo que não ajuda?
  • Se você pudesse mudar como eu interajo com a equipe, o que seria?

Isso pode parecer arriscado e desconfortável, mas é a única maneira de obter dados precisos sobre o impacto de suas palavras e ações. Em termos de tempo, você deve avaliar cuidadosamente se é aditivo à discussão em questão pedir feedback no momento ou se é melhor perguntar mais tarde. Por exemplo, em uma conversa individual com um colega de confiança, provavelmente não há problema em fazer uma pausa e perguntar. No entanto, em uma grande reunião de equipe, pausar a conversa para obter feedback pessoal pode ser prejudicial ao que sua equipe está tentando realizar.

Responsabilidade pessoal. Quando pensamos em responsabilidade, normalmente pensamos em responsabilizar os outros. Mas os líderes e colegas de equipe eficazes estão mais focados em se responsabilizar. Como a autoconsciência, isso parece fácil, embora raramente é. Quando confrontados com um desafio ou desconforto, muitos de nós estabelecemos padrões prejudiciais: culpar ou criticar os outros, defender-se, fingir confusão ou evitar completamente o problema. Se uma equipe não estiver trabalhando em conjunto, é bem provável que todos os membros da equipe estejam contribuindo para dificultar de alguma forma, e cada um deles pode estar assumindo uma responsabilidade pessoal para tornar a equipe mais eficaz. Para ser um líder ou colega de equipe pessoalmente responsável,  siga estas etapas:

  1. Reconheça quando houver um problema. Às vezes, essa é a parte mais difícil, porque preferimos desviar do problema ou falar sobre como estamos ocupados. Resista ao desejo de fazê-lo.
  2. Aceite que você faz parte do problema. Você está absolutamente contribuindo para a situação.
  3. Assuma a responsabilidade pessoal de resolver o problema.
  4. Fique com ele até que o problema esteja completamente resolvido.

Voltando ao exemplo do Manuel – se ele estivesse praticando a responsabilidade pessoal, ele primeiro reconheceria que tinha algum conflito com Tara que estava afetando a capacidade da equipe de criar um plano sólido. Ele teria a mentalidade de aceitar que estava contribuindo para o conflito, comprometido em trabalhar em um relacionamento mais produtivo com Tara, e evitado a tentação de tirar conclusões precipitadas e falar pelas costas dela. Uma pequena mudança de mentalidade afetará diretamente o comportamento e pode ter um impacto positivo significativo em toda a equipe.

Tomando uma ação. Na maioria das equipes, uma resposta típica à frustração é “minha colega de equipe é irritante”. Mas quando uma líder ou colega de equipe eficaz fica frustrada, ela coloca estas dicas em prática:

  • Explorar suas reações, considerando suas emoções, crenças e valores, e se pergunta o que nela está causando essa reação (autoconsciência interna).
  • Considera o impacto que ela pode estar causando nos outros por observação ou investigação (autoconsciência externa).
  • Avalia como ela está contribuindo para a situação e faça uma escolha consciente sobre como reagir para melhorar os resultados da equipe (responsabilidade pessoal).

A maioria das equipes com as quais trabalho aprendem a operar com mais eficiência, construindo e fortalecendo esses três recursos ao longo do tempo. Mudar a maneira como processamos informações e respondemos requer não apenas o aprendizado dessas novas habilidades, mas também a demonstração delas por tempo suficiente para formar novos hábitos. Colegas de equipe eficazes acreditam que, às vezes, é preciso ir devagar para ir rápido. Eles investem tempo e  energia necessários para desenvolver essas habilidades fundamentais, para poderem enfrentar melhor as difíceis oportunidades de negócios e os desafios que enfrentam.